terça-feira, 15 de setembro de 2009

http://www.editoraunesp.com.br/titulo_view.asp?IDT=924

Este livro, com foco histórico na relação entre arte, ciência e tecnologia, é o resultado do esforço coletivo de especialistas internacionais em muitas disciplinas, atuantes em variados campos de conhecimento, atendendo ao convite recebido para realizar uma publicação no Brasil, somada a outras publicações internacionais, em diversos formatos de textos e material multimídia e em línguas diversas, organizadas pelo International Publication Committee, presidido por Roger Malina, ligado ao evento que se realizou em 2005, REFRESH! The First International Conference on the Histories of Media, Art, Science and Technology, com curadoria-geral de Oliver Grau. A antologia inclui convidados especiais que são referência histórica da relação entre arte, ciência e tecnologia no Brasil. O objetivo é colocar na história da arte, em nosso país, os elementos necessários e as estratégias que configuram as teorias desse campo de conhecimento, bem como artistas, instituições, tipos de documentação, a relação com os espaços de exposição/museus e coleções, metodologias adequadas ao estudo, especialmente pelas abordagens historiográficas, discussão de problemas científicos e as influências recíprocas nas trocas entre arte, ciência e tecnologia. ORELHAS: A arte digital - filha da tecnologia - ainda não entrou pela porta principal dos museus de belas-artes, nem tem merecido reconhecimento por parte da história da arte contemporânea. Por que tanta demora nessa aceitação? Pela resistência à tecnologia. Mas também porque a arte digital coloca em suspenso todo um sistema que abrangia um certo tipo de imagens, bem como seus produtores. Não obstante, a suposta estabilidade da arte estava sendo minada a partir de várias frentes. Vejamos algumas. Agora, assumidamente, assistimos à crise da representação, produto do pensamento analógico. Entretanto, isso não é novidade. Em 1917, o biólogo e matemático D´Arcy Thompson, em seu clássico On Growth and Form, já havia apontado para o papel da ciência e da tecnologia como determinantes da forma e da estrutura dos organismos vivos, apesar de que a ciência emprega fórmulas que não são visuais. Além disso, hoje, aceita-se a contaminação entre formas de diversas linguagens (antecipação do hiperlink?); recorre-se a materiais que não são nobres à fragmentação da imagem pelo advento da collage; ao emprego de suportes que não são o tecido, nem o papel, o bronze, ou o mármore, fazendo com que tudo se torne útil, inclusive a tela. E não só isso: a arte foi se tornando efêmera. Frank Gehry limita-se apenas a esboçar seus projetos, uma vez que os programas digitais conseguirão racionalizá-los. Poder-se- ia pensar que a perspectiva deixou de ser prospectiva. E o que dizer da história da arte contemporânea? Tratar da história da arte contemporânea não seria incorrer em um oxímoro? O certo é que já se tem começado a teorizar em torno de uma antropologia das imagens (Hans Belting) e a elaborar histórias das imagens vinculadas ao que se costuma chamar de "estudos visuais" (Mieke Bal, WJT Mitchell e outros) como resposta à história da arte convencional e ao "ocularcentrismo". E, neste contexto, a arte digital tem um lugar na arte contemporânea. Arte, ciência e tecnologia fornece provas definitivas disso, para benefício dos leitores. A organizadora deste livro selecionou com inteligência 28 ensaios escritos por alguns dos mais notórios pesquisadores, criadores e estudiosos na área da artemídia, ou seja, net.art, arte interativa, genética e telemática; e também robótica, a-life e nanotecnologia. Esses ensaios submeteram a arte digital a uma abordagem enriquecedora e sob os mais diversos ângulos. Do conjunto, apreende-se, com absoluta nitidez, que os computadores ampliaram os horizontes da criatividade. E que, como desejava Proust, na arte "não há nada de novo, há novas formas de vê-la". Ou de fazê-la. Quarta capa "As artes, ciências e tecnologias representam diferentes modos de ser e agir no mundo. Muitas pessoas, por meio de sua prática criativa, escolhem entrelaçar essas diferentes abordagens..." Roger F. Malina "Há uma grande diferença entre a arte que se produz hoje, esculpindo os produtos 'imateriais' da tecnologia, e a primeira revolução da modernidade, as vanguardas do início do século. Enquanto estas últimas atuavam no âmbito de uma pequena elite cultural, constituindo um segmento mais ou menos autônomo dentro da sociedade [...], hoje, as artes produzidas no coração das mídias e das tecnologias colocam o artista no centro das engrenagens de poder, ao mesmo tempo que afetam diretamente os modos de produção e consumo, comunicação e controle da sociedade como um todo." Arlindo Machado "Uma grande reviravolta operou-se no cenário da arte tecnológica com a assimilação da informática pelos artistas de várias áreas. Cada vez mais atuantes e imprescindíveis em ilimitados aspectos da sociedade moderna, os computadores digitais logo foram assimilados e pesquisados pelo pensamento da arte. As máquinas "cerebrais" tornaram-se instrumento de novas formas de inventividade e também passaram a influenciar nas formas de arte em vigor." Walter Zanini "A tecnologia é um ingrediente da cultura contemporânea sem o qual ciência, arte, trabalho, educação, enfim, toda a gama da interação social tornar-se-ia impensável." Lucia Santaella Sobre a autora Diana Maria Gallicchio Domingues é Pós-doutora pelo ATI - Art & Technologies de l´Image, Université Paris VIII e Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Artista, pesquisadora nível 1 CNPq, professora colaboradora na Universidade de Brasília - Pós-Graduação em Arte - Linha de pesquisa Arte e Tecnologia. Entre livros de autoria individual ou organizados publicou títulos de referência como: Arte e vida no Século XXI: Tecnologia, Ciência e Criatividade, UNESP, 2003; Criação e Interatividade na Ciberarte, Experimento, 2002; A Arte no Século XXI: a Humanização das Tecnologias, UNESP, 1997.

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